01, 02 e 03 de ABRIL de 2016
SÃO PAULO, SP
S
SOBRE
Líricas Paulistanas é um festival criado para valorizar a memória da Vanguarda Paulista, homenageando os artistas que fizeram parte do movimento e a sua reverberação até os dias de hoje, reunindo-os com herdeiros do legado que reconhecem em suas criações a influência cultural deixada por este rico movimento artístico.
Com duração de três dias, o festival reunirá bate-papos, exibição de documentários e apresentações musicais, com o intuito de reviver a efervescência contida nas manifestações realizadas por seus mentores e pensar em como se dá a sua continuidade, tanto em termos de cenário, quanto de quem o representa nos dias de hoje.
P
PROGRAMAÇÃO
Dias 01, 02 e 03 de Abril de 2016
Sexta-Feira, dia 01
18h
Sexta-Feira, dia 01
19h
Sexta-Feira, dia 01
20h30
Bate-Papo c/ Luiz Tatit, Wandi Doratiotto e Ná Ozzetti. Med: Riba de Castro
Sexta-Feira, dia 01
22h
Biblioteca Alceu Amoroso Lima
Abertura - exposição e distribuição do programa/zine
Exibição do doc "Lira Paulistana e a Vanguarda Paulista"
Show: 1/2 Dúzia de 3 ou 4 - Participação de Caco Pontes e Daniel Minchoni
Entrada Franca
Exibição do doc "Música Serve Pra Isso - Uma História dos Mulheres Negras"
Centro Cultural Rio Verde
Sexta-Feira, dia 01
16h
Sexta-Feira, dia 01
20h
Sexta-Feira, dia 01
18h
Show - Os Mulheres Negras
Festa Temática - DJ Kaiser Marius + Banda Surpresa
Entrada exibição do doc e show: RS10,00 | Entrada Festa: consultar Centro Cultural Rio Verde
Centro Cultural Rio Verde
Bate-Papo c/ Kiko Dinucci, Marcelo Segreto e Iara Rennó. Med: Peri Pane
Exibição do doc "Daquele Instante em Diante"
Sexta-Feira, dia 01
16h
Sexta-Feira, dia 01
18h
Recital Poético: Alice Ruiz declamando suas parcerias c/ Itamar Assumpção
Sexta-Feira, dia 01
20h
Entrada: R$10,00
Show - Isca de Polícia, Arrigo Barnabé e Alzira E
Sexta-Feira, dia 01
20h30
VANGUARDA PAULISTA (ONTEM E HOJE)
A Vanguarda Paulista foi um movimento cultural surgido na capital paulista no final dos anos 70, durando até meados dos anos 80, e se caracterizava por ser totalmente independente numa época em que as gravadoras ditavam as regras no mercado fonográfico nacional. Tendo como abrigo mais constante o célebre teatro Lira Paulistana (que depois viraria também gravadora), os artistas se destacavam mais pela distinção do que predominava as rádios na época do que por alguma característica comum a todos os envolvidos.
Os principais membros da Vanguarda Paulista foram Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção e os grupos Rumo, Premeditando o Breque e Língua de Trapo. O marco inicial do que viria a se tornar o movimento foi o lançamento de “Clara Crocodilo”, de Arrigo Barnabé, em 1980, cujo som era totalmente alternativo e causa estranhamento até hoje. Já o grupo Rumo possuía melodias trabalhadas, ora mais animadas, e arranjos vocais altamente sofisticados.
Ouvindo o som do Rumo é impossível não associá-los a grupos contemporâneos que seguem uma linha bastante similar, com influência assumida, como Dona Zica, Trupe Chá de Boldo e Filarmônica de Passárgada. Hoje em dia ser um artista independente já se tornou um fato normal, pois vivemos uma época de declínio vertiginoso da indústria fonográfica. Porém, na época, ser artista independente no Brasil era tratado por muitos como marginalidade, pois vivíamos num regime ditatorial rígido, além é claro do controle total da música por parte das gravadoras através do conhecido ‘jabá’ (verba destinada às rádios pelas gravadoras para tocarem os singles de seus artistas).
A maior lição que a Vanguarda Paulista deixou, além do vasto e rico legado musical, foi de fazer o que acreditavam, independente do momento totalmente adverso, não se rendendo a qualquer imposição de mercado, se mantendo fiel aos seus princípios. Por representar um tipo de fazer independente, pioneiro na emancipação que a cultura alternativa almeja na atualidade, com o advento da internet, redes sociais e comunicação virtual em geral, propõe-se uma conexão com grupos e artistas da nova geração que se inspiram na atitude de seus antecessores, estabelecendo continuidade criativa de iniciativas que não se sustentam pela indústria cultural, mas por sua resistência social, estética e filosófica.
Manter viva a memória deste movimento, através do reencontro com artistas que o suscitaram, somado às gerações que vem mantendo este legado, é reconhecer a legitimidade em um processo de desenvolvimento cultural que merece a devida atenção, pelo tamanho de sua importância no contexto histórico. Propor a continuidade deste diálogo entre as gerações realizando o Festival Líricas Paulistanas nos é extremamente valioso ao fomentar um intercâmbio que já projeta a perspectiva de conexão com os próximos que virão.
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DOCUMENTÁRIOS
Lira Paulistana e a Vanguarda Paulista (87 min)
Direção: Riba de Castro | Ano: 2012
Por meio de depoimentos de sócios, trabalhadores, colaboradores, artistas e pessoas que acompanharam as produções do Lira Paulistana, espaço cultural que existiu em São Paulo entre 1979 e 1986, o filme conta a história desse fenômeno cultural, catalisador das novas tendências musicais da época, que teve lugar em São Paulo. O documentário, além de mostrar a indiscutível importância do Lira como palco da música de vanguarda em São Paulo, registra sua relevante atuação em outras áreas, como a gravação de discos, jornalismo, produção editorial e artes plásticas. A realização do documentário por Riba de Castro, um dos protagonistas da história, que teve a preocupação de envolver no projeto o maior número de pessoas diretamente ligados ao Lira, permite obter um registro verdadeiro e completo, que serve de resgate da memória para quem viveu aqueles inspirados anos e de informação histórica para as novas gerações.
(exibição em 01/04/16, na Biblioteca Alceu Amoroso Lima)
Música Serve Pra Isso - Uma História dos mulheres Negras (92 min)
Direção: Bel Bechara e Sandro Serpa | Ano: 2013
Na metade da década de 1980, surge em São Paulo a terceira menor Big Band do mundo: Os Mulheres Negras. Uma dupla, que não era de mulheres e tampouco negras, formada por André Abujamra e Maurício Pereira que se conheceu em um curso de percussão africana. A performance do grupo era tão improvável e inusitada, que o grupo rompia os moldes da cultura pop rock vigente e criava algo criativamente novo. Com chapéus-coco e capa de chuva, Os Mulheres Negras reuniam rock, funk, sertanejo, blues, eletrônica, salsa, clássico e tudo o que alguma vez já tenha sido tocado no Brasil. Música, ciência e bom humor para revisar uma banda fadada à inovação. O documentário discute as relações entre música, tecnologia, mercado e estética no Brasil, desde os anos 80 até hoje.
(exibição em 02/04/16, no Centro Cultural Rio Verde)
Daquele Instante em Diante (70 min)
Direção: Rogerio Velloso | Ano: 2011
Documentário que percorre a trajetória musical do compositor e cantor Itamar Assumpção (1949 - 2003), desde os anos da Vanguarda Paulista na década de 1980 até a sua morte aos 53 anos. Com depoimentos daqueles que conviveram com o artista, o filme reúne uma série de imagens raras retiradas em acervos e arquivos particulares, que mostram sua presença nos palcos e até momentos de intimidade entre amigos e familiares.
(exibição em 03/04/16, no Centro Cultural Rio Verde)
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FICHA TÉCNICA
Idealização e Direção Geral: Caco Pontes
Curadoria e Mediação: Caco Pontes e Daniel Minchoni
Colaboradores: Paulo Lepetit e Riba de Castro
Produção: Maria Fernanda Carmo – panamericas_diasporas
Realização e Produção Executiva: MUDA práticas
Equipe Técnica: Duda Gomes (som) e Teo Ponciano (luz)
Fotos e vídeos: Manoela Cardoso
Agradecimentos: Centro Cultural Rio Verde, Bibilioteca Alceu Amoroso Lima, Macondo Filmes, Itaú Cultural, Riba de Castro.
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CONTATO
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11 95844-1679 (Mafê)
11 5056-1111 (Heloísa Sobral)